A máscara de esgrima, tal como a podemos reconhecer actualmente, só foi inventada na segunda metade do século XVIII. Até esse momento, formas mais primitivas de máscaras parecer-se-iam com máscaras de teatro, cobrindo totalmente a face e com espaço aberto destinado aos olhos. Estariam presas à cabeça dos atiradores através de laços ou pequenas cordas. Ainda assim, seriam máscaras pouco utilizadas e que não protegiam os olhos dos esgrimistas.

Sucessivos acidentes nos combates, mas sobretudo nas lições de esgrima, com os mestres de esgrima a sofrerem lesões várias na face devido a estudantes pouco talentosos, levou o Mestre Francês Nicolas B. Texier La Boëssière a criar a primeira máscara de esgrima com malha em meados do século XVIII.

A invenção da máscara permitiu complicar as frases de armas sem perigo de acidente, originando um desenvolvimento grande nas ações de contra-resposta, reataques e reposições como descreve o Capitão Campos Andrada, Mestre de Esgrima do Colégio Militar, nas suas Bases da Esgrima Moderna (1946).

Mas a implantação da máscara sofreu ainda um longo percurso e foi até considerada desfavorável durante algum tempo. Em 1845 a máscara não era aconselhada em alguns exercícios de lição de esgrima, tal como Gomard (1845) preconiza no seu “La théorie de l’escrime enseignée par une méthode simple basée sur l’observation de la nature”, publicando regras para exercícios particulares da lição de esgrima ‘sans masque’. A exemplo aliás do que é possível observar na fotografia incluída nesta mostra, de uma lição de esgrima no próprio Colégio Militar, em 1890, onde é possível observar a realização de exercícios entre vários estudantes atiradores, com as respetivas máscaras pousadas no chão.

A máscara, a exemplo dos restantes equipamentos de esgrima foi conhecendo diversos melhoramentos, que diminuíram dramaticamente o número de acidentes na esgrima, evoluções que podemos observar nas máscaras de esgrima em destaque neste objeto do mês.

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